Economia circular: o que é e quais os impactos na criação de um produto

De acordo com o Instituto Cradle to Cradle, apenas 8,6% da economia global é circular e, para controlarmos a questão dos resíduos e reduzirmos a criação de novos produtos, esse número precisa dobrar. Mas o que é exatamente a economia circular?

Enquanto a economia linear considera a produção-uso-descarte, a circular reaproveita os produtos em um novo ciclo, sem gerar “lixo” ou resíduos.

Para ajudar a compreender, basta pensarmos que o conceito de reciclagem fica entre o linear e o circular. Ao reciclar um material uma ou diversas vezes, postergamos seu envio para o descarte, mas esse descarte acontecerá cedo ou tarde.

No livro “Cradle to Cradle – Criar e recriar ilimitadamente” muito se fala nesse conceito. Na tradução literal, “Cradle to Cradle” (também conhecido como C2C) significa “do berço ao berço”, expressando que um produto não deveria “morrer”, mas renascer.

Ainda segundo o Instituto Cradle to Cradle, a transição para energia renovável resolverá apenas 55% dos problemas de emissões de gases de efeito estufa. Os outros 45% dependem do modo como produzimos e usamos os produtos.

Ao reutilizar e evitar o descarte, resolvemos o problema do acúmulo de resíduos e todas as suas consequências negativas para a biodiversidade e saúde, além de evitarmos ou reduzirmos o impacto negativo da produção de um novo bem.

O grande segredo para a circularidade de um produto está em seu design. Os produtos precisam ser intencionalmente desenhados para ser circulares – desde a matéria-prima circular, passando pela montagem (de modo que possa ser “desmontado” e “remontado” no futuro) e, por fim, o uso, pois as características que tornam o produto circular não podem ser perdidas durante a sua utilização.

Com relação à matéria-prima, os materiais e químicos usados no processo produtivo de um bem circular são selecionados para priorizar a proteção ao meio ambiente e à saúde humana, sempre tendo em mente que esses materiais servirão como input da produção de um novo produto.

E, quando pensamos no ciclo de um produto, esse ciclo pode ser biológico (quando, ao final do uso, o produto é decomposto e absorvido pela natureza, sem causar impacto negativo) ou técnico (quando é transformado em um novo produto, recomeçando seu ciclo).

Para implementar o conceito circular de maneira exitosa, é preciso engajar diversos departamentos da empresa (design, compras, produção, marketing e finanças), ter a liderança alinhada com o projeto e encontrar fornecedores que estejam dispostos a entrar nessa jornada de longo prazo.

Fonte: Exame Invest